Em 1959 começou a estudar artes gráficas na prestigiada Universidade de Tóquio Tama, onde se graduou em 1964, indo logo após para Paris, para estudar moda.
Sua primeira experiência com uma Maison de alta costura foi com a grife Guy Laroche, para a qual passou a desenhar em 1966. Dois anos depois, foi para a Maison Givenchy, onde ficou pouco tempo. Em 1968, tomava o rumo dos Estados Unidos, mais precisamente de Nova York e passou dois anos trabalhando com Geoffrey Beene. Miyake explorou maneiras com as quais fazer roupas que permitissem para aquele que usar-se maior individualidade, conforto e liberdade.
Em 1970 ele abriu seu próprio estúdio de design em Tóquio, uma espécie de laboratório para investigar os tecidos e técnicas de fabricação.
E no ano de 1971, realizou seu primeiro desfile. Dois anos mais tarde, de volta a Paris, em outro desfile, Miyake afinal começou sua escalada, mostrando um estilo baseado em roupas superpostas, com peças que envolviam o corpo feminino com leveza, prometendo uma dose extra de conforto. Em 1977, uma elite de vanguarda descobriu a beleza das formas que o estilista criava, assim como a textura de suas roupas, que tinham sem dúvida uma forte influência oriental, mas que propunham uma forma ocidental de uso.
Miyake expressa vivamente que é um criador e nunca um destruidor. Suas fontes de inspiração são o mundo, a arte e a tecnologia. O contraste entre a tecnologia e o uso de elementos naturais é bastante perceptível em todas as suas criações, inclusive nas fragrâncias. É conhecido pela junção que faz da escultura com o vestuário, utilizando tecidos para construir modelagens arquitetônicas.
Issey Miyake ficou conhecido por contestar, questionar e estar sempre à procura de novos caminhos para as vestimentas. Nos anos 1980, investiu nas técnicas dos plissados que é sua marca registrada, realizando modelos que remetiam ao universo das gaiolas e lanternas orientais, esculturas e às formas da Antiguidade.
No final dos anos 80 o estilista introduziu o método de “Pleating” (estrutura de pregas) que iria permitir flexibilidade de movimentos para o utilizador como também facilidade em manutenção e na produção das peças de vestuário, método considerado tecnológico, funcional e harmonioso, desenhou os primeiros Pleats Please (tecido ultra-tecnológico) para o ballet de William Forsythe. Criou formas a partir de tecidos e seus conjuntos são uma fusão da tecnologia e tradição de seu país, das camisas de fibra de abacaxi e vestidos de papel ao mais inovador fenômeno da marca, os plissados Pleats Please, fruto de um desenvolvimento dos quase 30 anos que trabalhou como criador de moda.
Esse tipo de trabalho com dobraduras de tecido resultaram nas peças que compuseram a coleção da Issey Miyake/primavera-verão 2009 apresentada na Semana de Moda de Paris. Além de uma modelagem usada que ficava longe do corpo nos longos, mas mostrava as curvas nos vestidos mais curtos. A transparência garantia sensualidade e era usada sobre conjunto de top e microshort. Issey Miyake construiu pontes entre o passado e o futuro, a audácia e o acessível, o belo e o prático.
Com o conceito e coleções de roupas que traziam formas esculturais e arquitetônicas as peças e que influenciam o mundo da moda até hoje, Issey Miyake trouxe peças que faziam referência ao fim do mundo, a Hiroshima e a influência do mundo punk, com saltos baixos, roupas de tecidos naturais tingidos com ervas, cores neutras e tons de terra.
Sem esquecer que além de criar peças de vestuários exuberantes, Miyake também desenhava frasco de perfume, criou seu primeiro frasco de perfume em 1992, o L’Eau d’Issey, que representa o encontro entre a flor de lótus e a rosa, o ocidente e o oriente. Em 1994 lançou a fragrância L’eau D’issey Pour Homme que se tornou num verdadeiro clássico entre os perfumes masculinos, e devido à grande popularidade desta Issey acabou por lançar outras variações do perfume D‘issey, o Blue e o Summer. Elege o material mais natural como base da fragrância: a água, elemento puro e sem cor. E para os frascos adapta: o metal, inovador e luxuoso.
Recentemente em novembro de 2010 o estilista Issey juntamente com sua equipe da Miyake Reality Lab, lança um novo projeto denominado 132 5. O nome surgiu do próprio processo e cada número tem um significado especial. O 1 refere-se a uma peça única, o 3 à forma tridimensional, o 2 ao 2D, e o 5, separado por um espaço, traduz o tempo que as pessoas demoram para dar vida às peças de roupa a partir das formas dobradas.
A peça fica plana, mas um suave puxão faz surgir uma enorme extensão de tecido, que se transforma, como num passe de mágica, em um vestido escultural. Esta é a última criação do célebre designer de moda japonês: dez formas geométricas bidimensionais básicas que se convertem em estruturadas camisas, saias, calças e vestidos.
E atualmente Issey Miyake dedica-se a tempo inteiro à investigação na Fundação Issey Miyake (fundada em 2004), pesquisa novos materiais e novas técnicas de vestuário e embalagens para traduzir perfumes modernos e atemporais. Entregou as suas coleções nas mãos de talentosos designers que continuam o trabalho deixado por Issey, embora este ainda tenha presença subtil nas suas linhas.
Issey Miyake, um nome que ficará para história.